O tema que hoje escolhemos foi a desmistificação de mitos e crenças sobre identificação de cogumelos tóxicos.
O mito que vimos desmistificar é o seguinte:
-Dizem os populares que para saber se temos um cogumelo venenoso no meio dos outros, devemos colocar um alho ou um fio de prata no cozinhado. Se o alho ou o fio de prata ficar escuro, é porque existe um cogumelo venenoso.
Muitas vezes é difícil fazer com que as pessoas não acreditem nestes mitos, por estarem demasiado enraizados na sabedoria popular, mas que infelizmente podem levar a graves tragédias.
Por isso, ao estilo dos “Caçadores de Mitos” decidimos provar que a utilização desta técnica é um erro e não prova a existência de cogumelos venenosos ao serem cozinhados.
Assim, fomos em busca do cogumelo que é responsável pela maioria das mortes por intoxicação em Portugal. Fomos apanhar Amanita phaloides e cozinhá-la!
Preparámos o nosso refogado, com a cebola e um pouco de óleo vegetal . Depois de bem limpa de terra e impurezas à superfície, cortámos aos bocados o chapéu e o pé, juntámos ao nosso refogado.
Escolhemos as nossas ferramentas de teste: o alho e um fio de prata. Cá estão elas!
Iniciou-se o cozinhado e colocámos o alho e o fio dentro do tacho!
NÃO ACONTECEU NADA! O alho permaneceu branco e a prata não mudou de cor…como podem ver!
Aliás, podemos mesmo dizer que o cozinhado mortal cheirava mesmo bem! Não admira que as pessoas o acabem por comer!
Conclusão: Este teste não resultou com a espécie A. phaloides, uma espécie mortal que aparece frequentemente nas nossas florestas. Não quer com isto dizer que o alho não possa escurecer com outras espécies de cogumelos, no entanto, a utilização do alho, do fio de prata ou de crenças semelhantes, não serve como indicador de toxicidade e não pode ser generalizado a todas as espécies.
É muito importante que nenhuma pessoa siga esta regra, pois não existem regras gerais para identificar os cogumelos venenosos. O único método a seguir é o da identificação de todas as características visuais do cogumelo que queremos consumir. Só conhecermos bem todas as características do cogumelo que mais gostamos para comer podemos ter a certeza que não há enganos ou confusões com outras espécies perigosas!
Saber identificar é fundamental! Rejeite sempre cogumelos suspeitos, ou que não tem a certeza da sua identificação.
Que ideia original. Muitos parabéns.
ResponderEliminarFicou demonstrado aquilo que já se suspeitava.
Continuem a caça aos mitos.
Helena Machado